segunda-feira, 13 de junho de 2011

TE CONTEI DA MENINA QUE PEGUEI SÁBADO?

Calma Mirian (minha namorada), eu não peguei ninguém. Apenas reproduzi uma frase que ouvi no coletivo urbano, enquanto me deslocava de um determinado ponto da cidade a outro.
Como sempre, o ônibus estava lotado, assim, de pé como eu estava, ouvi a conversa de dois adolescentes. Um contou para o outro da festa que tinha ido sábado passado, exaltando quantas unidades de bebida alcoólica tinha ingerido e, ao final, como algo que fosse lhe engrandecer diante do colega, fala: “te contei da menina que peguei sábado”?
Esta frase, infelizmente, exemplifica como muitos jovens/adolescentes tratam o ser humano, como apenas um objeto. No sentido que este adolescente se expressou, a adolescente com a qual se relacionou (ficou ou pegou), não passa de um objeto, que após usar e tirar dela o máximo de prazer para si mesmo, jogou fora. Entretanto, certamente para a adolescente que foi pega (na visão do adolescente), quem pegou foi ela, ou seja, o adolescente que pegou, também foi pego; enfim, também foi tido como um objeto (usado e jogado fora).
Não quero ser moralista. O próprio ficar muitas das vezes acontece antes de um namoro, até mesmo entre pessoas que realmente se gostam. O que lamento é um ser humano ver o outro ser humano como um objeto e, pior que isso, permitir que alguém lhe trate como um.
Qualquer relação entre duas pessoas envolve sentimentos. Jamais se pode tratar o outro como algo sem vida, desprovido de sentimentos. Todo ser humano é imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1: 27). Somos criaturas sim, mas criaturas providas de sentimentos. Ser humano não é pego, ser humano é amado, cuidado, zelado.

sábado, 28 de maio de 2011

TEMPO VERBAL DO SALMO 23

Um texto bíblico muito conhecido por muitas pessoas sejam elas cristãs ou não, é o Salmo 23. Especificamente, o versículo um, que diz: “O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará”.
É comum as pessoas citarem este texto, como prerrogativa para que tudo o que elas desejarem, certamente alcançarem. Entretanto, não consigo ver neste Salmo, qualquer garantia que conquistarei tudo o que quero.
Na nossa caminhada cristã, devemos ser maduros o suficiente para saber que nem tudo o que queremos, de fato conseguiremos. Assim, o Salmo 23: 1 estaria errado? O escritor teria se precipitado ao redigi-lo? De forma alguma. O fato é que, não podemos interpretar este Salmo no tempo verbal “futuro”, pois se assim fizermos, realmente tudo o que desejarmos o Senhor, nosso Pastor, terá que nos dar. A chave interpretativa deste texto é lê-lo tendo em mente o tempo verbal “passado” e “presente”.
“O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará”, é a certeza do escritor do texto. Ou seja, no passado anterior a escrita deste versículo, o Senhor não lhe tinha deixado faltar nada daquilo que ele realmente precisava, e no presente, nada também lhe estava faltando; lembrando sempre, nada daquilo que ele realmente precisava.
Se interpretarmos este Salmo analisando o nosso passado e nosso presente, vamos ter a mesma certeza do autor, pois creio que nada nos faltou até hoje, “nada daquilo que realmente precisamos”. Temos tido ar para respirar, saúde, família, amigos, comida, água... Falta-lhe alguma coisa?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

FAZER FACILMENTE O FÁCIL

Graça e Paz.
Em um relacionamento entre namorados, é natural um olhar para o outro e dizer: “eu te amo”. Em contra partida, o outro, também diz: “eu também te amo”. Que lindo isso. É a expressão dos sentimentos humanos. No caso deste exemplo, sentimentos recíprocos.
É gratificante poder ajudar um amigo que sempre nos ajuda. Pense comigo. Aquele amigo a quem você sempre recorreu quando necessitou, está precisado de ajuda e você pode ajudá-lo. A oportunidade de poder retribuí-lo, certamente será gratificante. O sentimento não será de dívida paga, mas sim, reciprocidade.
Havendo condições, qual dentre nós não gostaria de emprestar algo a alguém, sabendo que assim que ele puder irá nos pagar? Sem dúvida, todos nós gostaríamos desta oportunidade. Entretanto, a Bíblia Sagrada nos ensina algo muito mais nobre que isso.
No Evangelho de Jesus, escrito por Lucas, vemos no capítulo seis e versículos trinta e dois até o trinta e seis, algo realmente difícil de ser feito, porém necessário. As palavras de Jesus neste texto, parte integrante do sermão do monte, nos desafiam para que possamos rever nossos conceitos em relação ao que realmente significa ser misericordioso. Normalmente, tocamos trombetas ao ajudar alguém. Pior que isso, é que essa pessoa quase sempre é alguém que amamos e que também nos ama; alguém que em algum dia, de uma forma ou de outra, poderá nos retribuir por aquilo que fizemos a ela.
Jesus nos diz que é fácil amar quem nos ama. Difícil é amar nossos inimigos. É fácil fazer o bem a quem sempre faz o bem para conosco. Não é difícil emprestar algo a quem pode pagar. Laborioso é emprestar sem esperar pagamento. Os ensinamentos morais apreendidos nestes versículos vão muito além.
Aprendo que segurar uma criança bem vestida, cheirosa, sorridente, é muito fácil para nós, mas a real prova de nossa espiritualidade, se dá quando seguramos em nossos braços os pequeninos mal trapilhos e mal cheirosos, resultantes das péssimas condições de vida que estão sujeitos. Crianças sem o sorriso no rosto, pelo contrário, desde muito cedo as expressões de uma vida sofrida.
Provamos nossa espiritualidade, não quando socorremos financeiramente um amigo, na certeza que ele vai nos pagar, mas sim quando damos a alguém água, comida, roupas, remédios, sabendo da possibilidade que esta pessoa nunca possa nos retribuir. Amar nossa família e nossos amigos é muito fácil, difícil, é amar os assassinos, ladrões, estupradores, prostituas, alcoólatras, drogados.
Que possamos amar quem não nos ama. Fazer o bem a quem já nos fez o mal. Ajudar aqueles a quem nunca mais veremos.
Tem muitas pessoas fazendo facilmente o fácil. Obedeçamos as Escrituras e sejamos diferentes. Vamos fazer facilmente o difícil.
“Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (Lucas 6:36).