segunda-feira, 13 de junho de 2011

TE CONTEI DA MENINA QUE PEGUEI SÁBADO?

Calma Mirian (minha namorada), eu não peguei ninguém. Apenas reproduzi uma frase que ouvi no coletivo urbano, enquanto me deslocava de um determinado ponto da cidade a outro.
Como sempre, o ônibus estava lotado, assim, de pé como eu estava, ouvi a conversa de dois adolescentes. Um contou para o outro da festa que tinha ido sábado passado, exaltando quantas unidades de bebida alcoólica tinha ingerido e, ao final, como algo que fosse lhe engrandecer diante do colega, fala: “te contei da menina que peguei sábado”?
Esta frase, infelizmente, exemplifica como muitos jovens/adolescentes tratam o ser humano, como apenas um objeto. No sentido que este adolescente se expressou, a adolescente com a qual se relacionou (ficou ou pegou), não passa de um objeto, que após usar e tirar dela o máximo de prazer para si mesmo, jogou fora. Entretanto, certamente para a adolescente que foi pega (na visão do adolescente), quem pegou foi ela, ou seja, o adolescente que pegou, também foi pego; enfim, também foi tido como um objeto (usado e jogado fora).
Não quero ser moralista. O próprio ficar muitas das vezes acontece antes de um namoro, até mesmo entre pessoas que realmente se gostam. O que lamento é um ser humano ver o outro ser humano como um objeto e, pior que isso, permitir que alguém lhe trate como um.
Qualquer relação entre duas pessoas envolve sentimentos. Jamais se pode tratar o outro como algo sem vida, desprovido de sentimentos. Todo ser humano é imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1: 27). Somos criaturas sim, mas criaturas providas de sentimentos. Ser humano não é pego, ser humano é amado, cuidado, zelado.